MARCUSCHI
Dentre os brasileiros, é importante destacar a análise feita por Marcuschi sobre o gênero.
Para Marcuschi (2008), não é importante distinguir rigidamente as fronteiras entre texto, discurso e gênero, pois se complementariam - configuração textual e enunciado, condicionados pela forma de ação social no gênero. Conforme o autor, essas fronteiras começaram a ser desfeitas quando toda forma de produção textual passou a ser considerada gênero.
O estudo dos gêneros requer um enfoque multidisciplinar, com enquadramento na linguagem e nos aspectos das ações culturais e sociais. Portanto, o autor destaca o estudo do gênero como prática social discursiva.
Sobre a variabilidade dos gêneros, Marcuschi (2008b: 17) afirma que “Eles mudam, fundem-se, misturam-se para manter sua identidade funcional com inovação organizacional”. Por isso, o autor condiciona o surgimento e estabilidade do gênero a modelos sociais adequados, situações de uso e momento histórico-social. Dois aspectos são colocados como importantes na realização genérica: o enunciativo e o composicional. Para Marcuschi (2008), - nas atividades que cabem um discurso característico para se realizarem - primeiramente, escolhe-se o gênero que carrega consigo uma esquematização textual que deve possuir aspectos formais e funcionais. Essa esquematização do texto não é arbitrária, mas permite variação. Para o autor (2008b), o gênero dá sentido às atividades humanas e é realizado em textos que tem sua atividade discursiva legitimados pelas instituições. O esforço de classificação dos gêneros deve levar a uma definição a partir dos seus aspectos sócio-comunicativos, pois, baseando-se na perspectiva de Bazerman, afirma Marcuschi (2008b) que “Os gêneros são rotinas sociais de nosso dia a dia”.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: _______
KARWOSKI, Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher (org). 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008b. p. 15 – 28.

O texto min ajudou bastante, valeu.
ResponderExcluirMagnólia Barros