Seja bem vindo!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A importâcia do projeto interdisciplinar

        A divisão de trabalho entre as disciplinas do currículo escolar é realizada de forma artificial, pois boa parte dos temas/assuntos abordados em sala de aula é de natureza interdisciplinar. Por isso, a interdisciplinaridade é imprescindível para construção e aplicação dos projetos nas escolas, sabendo-se que a aparente fragmentação do saber nas diversas disciplinas nem sempre responde satisfatoriamente, quando nos deparamos com a necessidade de resolver problemas relacionados ao cotidiano das pessoas. Nesse instante, exige-se a mobilização de conhecimentos de diversos campos discursivos a fim de se visualizar de forma mais clara o problema e suas possíveis soluções. Conforme Eduardo Chaves, o interesse da interdisciplinaridade é buscar de forma integrada entre disciplinas a construção do conhecimento sobre temas transversais e a possibilidade de intervenção de forma concreta, imprimindo ao trabalho uma postura crítica que parte da pesquisa e discussão de diferentes temáticas sob a orientação de várias disciplinas para a mobilização de tarefas que visam à solução de problemas reais do cotidiano da comunidade escolar.
Para saber mais, é só acessar o texto de Eduardo O. C. Chaves no endereço abaixo.

 http://escola2000.net/eduardo/textos/trabalho/oldsites/20000714/Textos/Eduardo-03.htm



domingo, 30 de janeiro de 2011

Texto postado no PROEDI sobre o uso das redes sociais na educação. A autora do texto é Alcina Borges Lourenço da cidade de Maia - Portugal. Professora do ensino médio.

Exerço funções de professora há apenas 11 anos. É incrível como sinto a velocidade com que as coisas acontecem neste nosso mundo! Tenho para mim como uma certeza que é meu dever não deixar o combóio passar apanhando-me distraída.



As redes sociais começaram a surgir, e fui percebendo a forma voraz com que os meus alunos as utilizavam. O meu primeiro registo numa rede social virtual aconteceu, inclusive, com ajuda de um aluno. Sentia a curiosidade de perceber como funcionava, e os fins a que se destinava.



Não é incomum escutar comentários de rejeição por parte de colegas de profissão face ao uso destas redes, principalmente com o argumento da perda de tempo. Estou certa de que os comentários não se desprendem de algum preconceito associado a promiscuidades paralelas que ocorrem em algumas destas situações. Defendo sempre estas formas de comunicação. O tempo?!?... Posso ocupá-lo de tantas formas, mas mais louváveis e outras nem tanto! As promiscuidades, cabe-me a mim geri-las de forma madura! E, criar resistência ao progresso? Não é a minha atitude habitual! Acredito, e comprovo-o com situações em que me envolvi, que as redes sociais me oferecem oportunidade de contacto com gente diversa, distante, de interesse… Dá-me conhecimento e ocasião para partilhar experiências.



O conhecimento profissional começa, é certo, de modo formal, até porque a certificação é necessária acontecer. Porém, as experiências informais de aprendizagem são as que mais marcam a profissional que vou sendo. Em conversas e leituras num espaço como as redes sociais, não tenho dúvida de que colho informação, desperto reflexões e, na hipótese menos rica, compreendo o mundo em que os meus alunos (e filhos) estão a crescer. Só com conhecimento dos espaços, posso criar opinião e delinear estratégias de actuação face a riscos de desvios comportamentais/formação!



Dominar o uso das tecnologias cabe a cada um de nós. Não preciso saber postar numa rede social para ensinar bem Matemática, mas talvez seja importante para me sentir familiar aos meios em que se envolvem os adolescentes com quem convivo!



(Este é o meu primeiro comentário neste espaço… Se não estiver em conformidade com o discurso habitual e aquilo a que a discussão quer conduzir queiram desculpar-me os que resistiram a ler!...)

Filme: A máquina

                                                            
O objetivo deste trabalho é analisar o filme A máquina levando em conta a recepção. Adaptado para o cinema do romance de mesmo título da autora Adriana Falcão, procura envolver o telespectador convidando-o para um jogo de linguagens. O filme tem como atores principais nomes renomados da arte cinematográfica do Brasil, como: Gustavo Falcão, Mariana Ximenes, Paulo Autran, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Edmilson Barros, Aramis Trindade.

O drama acontece numa cidade até então desconhecida chamada Nordestina, na região Nordeste do país, mais precisamente no estado de Pernambuco.

O eixo temático principal da história parece ser a questão do Tempo. O Tempo, como ser entidade viva, capaz de ser manipulado, refeito, recapitulado. Começando por uma cena do final do filme, a história começa a envolver quando o personagem de Paulo Autran discute questões ontológicas; a origem de tudo, do próprio homem. Uma descrição com detalhes de religiosidade. Os temas secundários são o amor, a metalinguagem (cinema, propaganda, teatro), o êxodo rural.

Numa família de treze filhos, um deles parece ser especial por manter uma relação diferenciada com o Tempo. Na infância, o menino chorava o tempo todo, até que sua mãe faz uma reza e consegue, comunicando-se com o tempo (Tempo), fazer a criança parar de chorar.

Os filhos dessa mulher vão aos poucos lhe deixando para morar em cidades mais desenvolvidas. Apenas o personagem Antônio fica na cidade. Um lugar que não inspirava o futuro da maioria dos seus habitantes. Até a religiosidade parecia ter sido esquecida, com a figura da capela em ruínas.

Outros aspectos que seriam interessantes salientar é o jogo de palavras, numa atmosfera poética. A quebra da linearidade, com flashback e retornos do futuro, como o que acontece na volta do personagem Antônio ao viajar no tempo, ou quando se encontra com ele mesmo no futuro.

No texto Fundamentos Estéticos da Arte Aberta à Recepção, Monica Tavares (TAVARES, 2003) destaca a importância da relação do lúdico com a vitalidade expansiva proporcionada pelo jogo, como meio de favorecer a representação e consequentemente à recepção estética. Jogar com a sensibilidade do espectador, procurando mobilizar conhecimentos para o entendimento da obra, isto é proporcionado ao assistir ao filme: sensibilização do indivíduo que também está envolto no/com Tempo - passado, presente e futuro. Movido pelo desejo de um tempo melhor e a utópica possibilidade de voltar atrás às suas decisões. Somos convidados a refletir sobre as nossas ações e como podemos mudar o futuro se agirmos sobre o presente.

O amor também é uma questão presente no filme e de forma poética se apresenta, vencendo todas as barreiras e se estabelecendo com as forças do destino.

Conforme Tavares (2003), a beleza é proporcionada a partir do equilíbrio entre a forma e a realidade, espírito e matéria. Essa atividade é que constrói os sentidos. O filme dá as condições para que o indivíduo harmonize forma e realidade. Essa ação dá-se por intermédio da atividade lúdica, que não se enquadra numa visão única, mas rica de significações – o telespectador pode dar novas dimensões pessoais aos sentidos que parecem ser trazidos na trama, estabelecendo um novo papel para quem assiste a um filme – o de recriador da obra, que de modo interativo traduz o objeto.

Ao promover esse jogo, o filme apresenta a importância da materialidade e também da espiritualidade para construção do objeto artístico.

O autor do texto do filme A máquina foi feliz em seu projeto, pois soube mesclar a linguagem cinematográfica com outros campos do conhecimento. A própria Teologia, para explicar a origem do ser; a Filosofia, na análise do Tempo. De forma simples, traz para discussão temáticas complexas. A película deve ser assistida com um olhar aberto a novas perspectivas da existência humana.



BIBLIOGRAFIA

TAVARES, Monica . Fundamentos estéticos da arte aberta à recepção. ARS (USP), São Paulo, v. 1, n. 2, p. 31-43, 2003.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A iteratividade e o uso das tecnologias na escola

                                                                     
Há exigência pelo uso escolar das tecnologias, pois se compreende a relação que estas têm com a geração do conhecimento – dentro e fora dos espaços educativos. Mas a discussão atual é a utilização consciente e crítica desses instrumentos no processo de ensino-aprendizagem. Essa postura parece privilegiar a interatividade e o movimento dialético de construção de saber. Não se coloca em destaque apenas um dos elementos envolvidos na complexa tarefa comunicativa – emissor, receptor ou instrumento. É preciso diálogo e olhar crítico por parte dos envolvidos no processo. O professor não é mais o único detentor e divulgador do conhecimento; o aluno não deve ser visto como mero receptor das informações; e o instrumento utilizado na aprendizagem não está fechado à interferência das pessoas. Pelo contrário, todos são importantes para configuração da atividade comunicativa.


A construção do conhecimento deve ser realizada democraticamente - de modo subjetivo e coletivo - a fim de que se compreenda o momento histórico e aja crítica e conscientemente na realidade social. Tanto o professor como o aluno podem provocar a discussão sobre uma temática ligada a algum aspecto do uso de tecnologias na comunidade escolar; a interação dos agentes e o possível uso de algum instrumento tecnológico (orientado pelo professor) para ajudar na tarefa – sempre de modo crítico e consciente – podem garantir a obtenção e construção de uma perspectiva sobre o assunto. Essa parece ser, de modo simplificado, a relação estabelecida entre ensinar e aprender numa postura dialética de ensino-aprendizagem.

Atividade de Produção textual

A escrita e a leitura são atividades de natureza social. Toda tarefa de produção e leitura de texto requer a mobilização de estratégias para atingir os objetivos pretendidos. Para Koch (2009:10), “À luz de uma concepção sociocognitiva e interacional da linguagem, o texto é visto como o próprio lugar da interação verbal e os interlocutores, como sujeitos ativos empenhados dialogicamente na produção de sentidos.” Portanto, não basta apenas ter conhecimentos linguísticos para produzir um texto, é preciso a mobilização de saberes vários: de ordem cognitiva, social, histórica e do contexto situacional. Entendo que o texto é, além de outras coisas, materialização do gênero textual/discursivo. Por isso, a primeira tarefa a ser realizada é tipificar a situação comunicativa, recorrendo ao gênero e depois à forma textual mais adequada a situação de registro. A escolha de determinado gênero diz muito sobre o contexto em que se realiza a produção textual, auxiliando numa compreensão do objeto posterior ao momento da escrita/fala.


No ensino de língua materna, procuro demonstrar que não existe enunciado totalmente novo ou que se repita (Bakhtin: 2003). Parece contradição, mas essa noção de enunciado, postulada por Bakhtin, entende que na malha do texto há interação de outras falas/produções anteriores a ele (polifonia, intertextualidade), o que não impede que seja único, pois é realizado numa situação irrepetível. Para a atividade de produção textual é necessário que o agente leve em conta os propósitos comunicativas, observando o aspecto interacional da agência: para quem o texto é escrito, com que propósito, de qual lugar social ele é escrito. Essa proposta de atividade de produção textual parece ser o caminho que deve ser seguido por qualquer pessoa que deseja produzir sentido por meio do texto, tanto pelo professor, como pelo aluno.



Referência

Koch, Ingedore Villaça & Elias, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M.. Estética da Criação Verbal. Introdução e tradução do russo Paulo Bezerra; prefácio e à edição francesa Tzvetan Todorov. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Conhecer o computador e o seu efetivo uso na escola - Texto escrito no período do curso de Mídias - E-Proinfo

Os envolvidos no processo de ensino/ aprendizagem devem ter uma postura que vai além do mero discurso de modernidade. Os estudos mais recentes sobre o uso das tecnologias na escola mostram que é preciso estar preparado para a utilização do computador, pois os avanços no campo da informática são rápidos e essa forma de mídia “invade” as salas de aula, requerendo de todos constante aprimoramento no tema.

Uma questão que se tem colocado, com o advento do uso do computador em sala de aula, é como usar devidamente esse recurso a fim de obter resultados satisfatórios: estimular a interação e o gosto pelo aprender por parte do aluno. Para tanto, é preciso pensar no posicionamento que deve ser tomado pelo professor diante do desafio de estar conectado a assuntos ligados a informática. É preciso ser atual, e ser atual nesse caso vai além do discurso, é necessário refletir constantemente nas inúmeras situações e possibilidades que podem advir do uso do computador em sala de aula, estando pronto para responder com eficiência às necessidades. O profissional deve ter um conhecimento das condições de uso do computador; a estrutura física e lógica, os hardwares e softwares – os inúmeros aplicativos que podem facilitar o aprendizado e a interação. É preciso ainda saber como funciona a internet, que sites podem ser usados como instrumentos para o aprendizado. E aí, pode-se dizer também que não há como pensar a internet desvinculada dos mecanismos que possibilitam a sua utilização. Pensá-la como meio de estimular a produção de conhecimento, a interação, a criticidade, deixar as aulas mais dinâmicas e reais. A internet é mais um instrumento a favor da educação. Nesse caso, não se pode dispensar a figura do orientador - Na utilização de uma nova tecnologia, o professor continua sendo o mediador, aquele que estimula a interação, objetivando a construção do saber para a vida, saberes que podem e devem ser usados além dos muros da instituição. Em muitos casos, a atividade não será ensinar a usar a internet (pois muitos já fazem uso dela fora da escola), mas como usá-la de modo crítico, permitindo ao aluno ser agente no processo de aprendizagem. Outra questão polêmica que se coloca é a proibição de acesso de alguns sites, para o não uso por parte dos alunos nos laboratórios, muitas vezes isso se constitui numa imposição incoerente, um modelo tradicional gerado pelo medo do desconhecido ou por achar que não há nada de bom nesse outro modo de interação. Esses sites, na maioria das vezes de relacionamento, podem estimular a interação, a aquisição de novas visões da realidade, como o Orkut, por exemplo, podemos trabalhar as variações lingüísticas, ou promover debates de temas transversais. As possibilidades são inúmeras.

Nesse processo, devem andar juntos: aluno e professor. O objetivo deve ser o mergulho num mundo rico de possibilidades e de construção de conhecimento, que se nos apresenta e, apesar de virtual, é construído a partir de uma realidade concreta.

É tempo de entender que entre os elementos concretos e abstratos de uma máquina é necessária a intervenção do professor de forma competente e responsável, com o intuito de promover uma educação inclusiva de qualidade.

Atividades com o rádio na sala de aula

Ações que podem ser realizadas com o uso do rádio em sala de aula




É interessante que, apesar de ouvir rádio e de saber que a maior parte das pessoas o faz, nunca havia me atentado para o seu uso nos projetos da escola e de como isso pode ser proveitoso.

A partir dessa reflexão e tudo o que estudamos até aqui, pensei em pelo menos três atividades.

A primeira delas seria a criação de uma narrativa que pudesse ser apresentada sem que os narradores fossem vistos. Eles devem usar sons de instrumentos para representação de imagens pelos ouvintes, como nas novelas de rádio (Essa atividade li num livro há alguns anos atrás).

A segunda atividade seria providenciar um espaço na rádio local para leitura de textos produzidos pelos alunos – narrativas, entrevistas, dissertações, resenhas de filmes ou de livros, pesquisas, avisos etc.; semanalmente ou uma vez por mês teríamos aquele momento dedicado especialmente à escola, com a presença e participação de alunos no programa de rádio.

Outra atividade seria a análise de texto transcrito que tenha sido produzido por um locutor de uma rádio local. Analisaríamos elementos de coesão, coerência, também poderíamos criar debates a partir de entrevistas veiculados pelos programas de rádio.

Vemos que é possível usar o rádio sem parecer antiquado ou ultrapassado, pois apesar das novas mídias, ele continua atual e surpreendente.

O uso do rádio. Pesquisa realizada durante o curso Mídias na Educação da UFPE - E-PROINFO

Pesquisa na escola – O uso do rádio.




A descoberta de ondas eletromagnéticas ocorreu por volta de 1863, mas a propagação radiofônica só em 1887. Até 1886, o rádio era “telegrafia sem fio”. Cientistas, não satisfeitos com esse modelo, procuraram aprimorá-lo e conseguiram muitos avanços. No ano de 1916, aconteceu então o primeiro programa de rádio em Nova Iorque. Começa então a “Era do rádio”. No Brasil, a primeira transmissão oficial de rádio aconteceu em 1922.

A história do rádio parece se confundir com a história da revolução das formas de comunicação à distância. Hoje, são mais de 115 milhões de ouvintes contra uns 85 milhões de telespectadores e no máximo 8 milhões de leitores de jornais e revistas. O rádio atravessou gerações e ainda é um dos meios de comunicação mais populares.

A pesquisa que fizemos nas escolas demonstra o grande uso e as possibilidades que se abrem ao inserir o uso de rádio no ambiente escolar. A linguagem, as ideologias, a interação etc. Observando os gráficos e as pesquisas realizadas pelos colegas de curso, fica claro que maior parte das pessoas faz uso do rádio constantemente. O maior interesse é o entretenimento. Apesar de o rádio ser muito pouco ou quase nunca usado na escola, os entrevistados acreditam na possibilidade do uso deste meio de comunicação nos projetos pedagógicos o que viabiliza ainda mais o seu uso na escola.

O que mais me chamou a atenção foi a quantidade significativa de alunos que ouvem rádio diariamente. Isso desperta a necessidade de estimular os mesmos a fazerem uso mais crítico dessa tecnologia, aproveitando, além das músicas, programas informativos. Promover a análise dos discursos presentes nas falas de interlocutores. Aproveitar a predisposição de uso que a maioria demonstrou, trazendo "para mais perto da escola" esse tão rico instrumento de informação.

Realizei a pesquisa com 68 alunos do ensino médio - 1º 2º e 3º ano - da Escola Manoel Messias Barbosa, localizada na zona rural de Petrolina, região ribeirinha, onde boa parte dos alunos trabalha na agricultura. O resultado da pesquisa foi o seguinte:



1.Com que freqüência, habitualmente ouço o rádio?

a. diariamente___________________44%

b. de vez em quando______________51%

c. raramente_____________________05%





2.Quando ouço o rádio, eu...

a. concentro-me nesta atividade_________________08%

b. tento ouvi-lo enquanto faço outras coisas________89%

c. ligo e deixo tocar sem prestar muita atenção______03%





3.Quando ouço o rádio em que estou interessado?

a. educação (cursos)__________05%

b. informação (notícias)________09%

c. diversão (música, humor)_____86%





4.Em minha escola, existem oportunidades para se ouvir o rádio?

a. quase sempre________00%

b. eventualmente_______04%

c. raramente ou nunca___96%





5.Dentro de um projeto pedagógico, na minha opinião, o rádio pode ajudar...

a. muito____________76%

b. um pouco________19%

c. nada____________05%





Webgrafia

- http://www.brasilcultura.com.br/perdidos/a-participacao-do-radio-no-cotidiano-da-sociedade-brasileira/

- http://www.microfone.jor.br/historia.htm

As mudanças que as novas tecnologias da escrita ofertadas pelo computador e pela Internet imprimem no meio educativo.

Apesar de parecer um lugar comum, é preciso salientar novamente que a escola precisa estar pronta para as mudanças que ocorrem na sociedade. Uma delas é o modo de linguagem apropriado às novas tecnologias. Não basta rotularmos como novo o que temos em termos de linguagem em uso nos espaços disponibilizados nas novas mídias; seria mais oportuno afirmar que se trata de uma forma diferente de dizer o que se pretende.


Com o advento do computador e da internet, surgiram novos modos de organizar o discurso. Até pouco tempo, a forma mais rápida e comum de comunicar-se com alguém à distância era a carta ou o telegrafo. Hoje, em poucos minutos, pode-se escrever uma longa mensagem que será recebida em segundos em qualquer lugar do mundo.

Apesar de não ser necessário usar uma linguagem culta, se comparada aos emails, na carta escrita teríamos bem mais cuidado com a linguagem e o modo de dizer alguma coisa. A linguagem do email é bem mais despreocupada, cheia de abreviaturas; sem levar em conta que é possível anexar fotos ou outros tipos de documentos que facilitarão a comunicação. Além do email, temos os bate-papos, sites de relacionamento – MSN, Orkut, etc. Estamos diante de uma nova forma de comunicação – mas é bom destacar duas idéias relevantes em relação a essa temática: prevalece a necessidade da escrita e o nível de interação em alguns desses modos de comunicação se faz de maneira mais interativa. Citado por Marcuschi, Criystal apresenta aspectos sobre “o papel da linguagem na internet e o efeito da linguagem na internet”:

(1) “Do ponto de vista da linguagem, temos uma pontuação minimalista, uma ortografia um tanto bizarra, abundância de abreviaturas nada convencionais, estruturas frasais pouco ortodoxas e uma escrita semialfabética;

(2) Do ponto de vista da natureza enunciativa dessa linguagem, integram-se mais semioses, do que usualmente, tendo em vista a natureza do meio;

(3) Do ponto de vista dos gêneros realizados, a internet transmuta de maneira bastante radical gêneros existentes e desenvolve, alguns realmente novos. Contudo, um fato é inconteste: a internet e todos os gêneros a ela ligados são eventos textuais fundamentalmente baseados na escrita. Na internet, a escrita continua atual.” (Marcuschi, 2009, p 199)

Para Crysal apud Marcuschi, a internet é uma revolução da linguagem, mais do que uma revolução tecnológica. Para Marcuschi, “a comunicação mediada por computador abrange todos os formatos de comunicação e os respectivos gêneros” (Marcuschi, 2009, 199). Apesar de possuir uma linguagem longe de um determinado controle sistemático, a comunicação via internet segue os modelos da linguagem escrita/oral e dos gêneros sociais. Privilegiando a linguagem escrita, a comunicação virtual dá nova roupagem aos gêneros textuais.

Não é possível à escola, se desejar alcançar o estudante, ficar aquém das novidades. Primeiro é preciso que haja interação do professor com as novas formas de se comunicar, depois é preciso ter em mente e deixar claro para o estudante que a linguagem deve ser adequada à situação comunicativa. Até um email enviado por um empregado de uma empresa ao seu gerente deve possuir uma linguagem mais culta. É papel do professor orientar os estudantes sobre a melhor forma de escrever um email, de se comunicar no bate-papo, de escrever um texto para ser colocado no blog. Isso também é uma questão social, envolve um gênero do discurso, um ato comunicacional. Como salienta Marcuschi, os gêneros sociais nas novas mídias “dizem respeito entre indivíduos reais, embora suas relações sejam, no geral, virtuais.” (Marcuschi, 2009, p 203).

As mudanças que as novas tecnologias da escrita nos oferecem servem para estimular o debate sobre a língua, sobre a comunicação - isso deve ser tratado no cotidiano, junto com o aluno, dando-lhe a oportunidade de inserir-se socialmente, tornando-se sujeito do seu próprio conhecimento.



Bibliografia



Marcuschi, Luiz Antônio.

Produção textual, análise de gêneros e compreensão, São Paulo: Parábola Editorial, 2009.